quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A Uva Cabernet Franc

 A famosa Cabernet Sauvignon surgiu depois, através de um clone entre a Cabernet Franc e a Sauvignon Blanc. Hoje em dia, a Cabernet Franc é vista como uma uva secundária que entra no corte bordalês e que se presta apenas para dar volume, cor e alguns aromas mais escuros e velhos. Ela não possui a potência e a agressividade da Cabernet Sauvignon, nem a elegância da Merlot, mas ela é deliciosamente redonda e suave com aromas defumados, terrosos e de frutas como framboesa e groselha preta.

Em linhas gerais, os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (cassis, framboesa), frutas pretas (ameixa, groselha), florais (violeta), especiarias (orégano, chá verde) outros (folhas secas, terra, chão de terra, funghi seco, tabacco, madeira velha). Com o tempo de guarda, os melhores vinhos podem apresentar: amadeirados (cedrinho, caixa de charutos), animal (couro velho, suor), outros (frutas passadas, ervas, especiarias).

Na boca, a Cabernet Franc é menos ácida e tânica do que a Cabernet Sauvignon. Seus vinhos são mais redondos, quase lembrando um Merlot. Possui boa estrutura, intensidade, complexidade mediana e apresenta-se marcante, apesar de seu corpo ser médio (na maioria das vezes). A passagem por madeira é bem vinda desde que não destrua sua delicadeza, como uma Pinot Noir.

Ela pode originar alguns vinhos prontos para o consumo logo que são engarrafados. Mas os melhores precisam de alguns anos para evoluir. Os vinhos jovens devem ser consumidos até 05 anos. Os vinhos de guarda seguem a seguinte linha: de 05 a 10 anos (Loire e Itália), de 07 a 20 anos (Bordeaux).

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A Uva Tempranillo


A Tempranillo é uma casta de origem espanhola que vem chamando muita atenção nos últimos anos. Devido a sua incrível adaptabilidade aos climas continentais, ela passou a ser cultivada em regiões distantes como Austrália, Argentina, África do Sul e Estados Unidos. Os resultados são tão animadores que já se fala em a Tempranillo tornar-se uma opção mais acessível que a Cabernet Sauvignon e Merlot para os mercados internacionais.

É a casta símbolo da Espanha. Nenhuma outra casta em nenhum outro país possui tanta influência e domínio. Dependendo da região, a Tempranillo pode ser identificada com outros nomes: Ull de Llebre (Penedès), Tinto Fino (Ribera del Duero), Tinta del País (Ribera del Duero), Tinta de Toro (Toro) e Cencibel (Valdepeñas). Em Portugal ela também é muito importante, conhecida como Tinta Roriz (Douro) ou Aragonês (Alentejo).




Podemos dizer que os aromas da Tempranillo se encontram no meio do caminho entre os aromas da Cabernet Sauvignon e da Pinot Noir. Os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (morango, amora, e as berrys), frutas pretas (geléia de ameixa), herbáceos (louro e orégano), especiarias (noz-moscada), outros (terra molhada, estrada de terra e piso de madeira). Quando o vinho estagia em madeira, surgem novos aromas: caramelo, baunilha, tabacco, tostado, couro velho, manteiga e frutas secas.

Na boca, a principal característica é a textura envolvente, macia, sedosa e aveludada; com acidez e álcool equilibrados em corpo médio; e taninos redondos. Os aromas de boca mais presentes são morango, herbáceos, terrosos e algum couro velho.

Assim como a maioria das uvas tintas, a Tempranillo pode ser apresentada sozinha (varietal) ou em corte (assemblage). Em ambos os casos, ela dá origem a vinhos mais redondos, macios, aveludados e estruturados. Diferentemente do que muita gente acredita, normalmente seus vinhos não são tão encorpados e potentes. O tempo de guarda pode ser bem vindo para essa uva nos casos dos grandes vinhos. Mas para a grande maioria, devem ser degustados jovens (até 07 anos).


domingo, 18 de outubro de 2015

A Uva Pinot Noir

A Pinot Noir para muitos é a uva mais elegante que existe, é originária da França na Borgonha há mais de 2 mil anos. Por ser tão antiga, a Pinot Noir originou toda uma família de uvas: Pinot Gris e Pinot Blanc. Além disso, segundo recentes estudos de DNA, 16 castas distintas têm a Pinot Noir na sua origem, dentre elas: Chardonnay, Gamay, Melon de Bourgogne (Muscadet) e Auxerrois (Malbec). O cultivo em outras partes do mundo só começou na década de 1990 (Nova Zelândia, Califórnia, Oregon, Austrália).


A Pinot Noir não se adapta em qualquer região. É uma casta muito difícil de cultivar, quase temperamental. Além da Borgonha pode-se encontrar bons Pinot Noir na Nova Zelândia e Califórnia.

Em linhas gerais, os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (cereja, framboesa, morango, ameixa), florais (violeta, rosas), especiarias (alcaçuz, açafrão, canela, orégano, chá verde) outros (vegetação rasteira, terra molhada, chão de terra, almíscar, azeitona preta). Com o tempo de guarda, os melhores vinhos podem apresentar: amadeirados (sândalo, incenso, cedrinho, caixa de charutos), animal (couro velho, suor), outros (ervas, especiarias, funghi, trufa).
.
Na boca, a Pinot Noir é ainda mais fascinante. Alguns especialistas alegam que ela remete às boas coisas/lembranças da infância. Morangos, sumo de carne, temperos e uma deliciosa sensação sedosa. Normalmente a acidez se destaca com taninos e álcool bem equilibrados e discretos. Possui boa estrutura, intensidade, complexidade e apresenta-se marcante, apesar de seu corpo ser médio (na maioria das vezes). A passagem por madeira é bem vinda desde que não destrua sua delicadeza.

A Pinot Noir é uma casta para ser apresentada sozinha (varietal). Poucas experiências de corte (assemblage) deram certo. Champagne é uma delas, onde se pode cortar com a Pinot Meunier e a Chardonnay.



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Uva Merlot

A Merlot é uma das castas viníferas mais cultivadas no mundo e detêm enorme prestígio. Esta uva é originária da região de Bordeaux. Apesar de ser originária da região de Bordeaux, a Merlot pode ser encontrada em praticamente todos os países produtores. Apenas as zonas mais quentes não são recomendadas para o seu cultivo.

Os aromas primários mais encontrados são: frutas pretas (ameixa, jabuticaba e groselha negra), herbáceos (chá, orégano, alecrim, azeitonas e húmus), especiarias (canela, cravo e noz-moscada), outros (tabaco, cogumelos e couro). Quando o vinho estagia em madeira, surgem novos aromas: caramelo, baunilha, coco, bala toffe, chocolate, café, torrefação, tostado, cedro, esfumaçado, nozes e figo seco.

Na boca, a principal característica é a textura macia, sedosa e aveludada; com acidez e álcool equilibrados em corpo médio; e taninos redondos. Os aromas de boca mais presentes são os de frutas pretas, herbáceos e algum sumo de carne. O uso de madeira pode ser benéfico. Porém muitos produtores não utilizam carvalho novo para não perder ("matar") a elegância da uva.

Assim como a maioria das uvas tintas, a Merlot pode ser apresentada sozinha (varietal) ou em corte (assemblage). Em ambos os casos, ela dá origem a vinhos mais redondos, aveludados e estruturados. Normalmente, o tempo de guarda é bem vindo para essa uva, porém, seus vinhos podem ser degustados mais jovens. Quando em corte, ela é responsável por arredondar, harmonizar e dar mais elegância ao conjunto.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A Uva Cabernet Sauvignon

É a uva mais conhecida internacionalmente, cultivada em todas as regiões produtoras e degustada por todos. Muitas pessoas se referem a ela como sendo a "rainha das uvas tintas".

Todo esse sucesso se deve, em parte, pela capacidade que essa casta tem de manter suas características, aromas e sabores independentemente da região onde é cultivada. Isso mostrou ser um forte apelo aos novos consumidores que logo elegeram a Cabernet Sauvignon como padrão de vinho tinto.


Os aromas e sabores da Cabernet Sauvignon são marcantes, diretos e fáceis de reconhecer. Os aromas primários mais encontrados são: frutas vermelhas (cereja, cassis, amora, morango), frutas pretas (groselha preta, ameixa, mirtilo), especiarias (pimentas em pó, cravo), amadeirados resinosos (cedro, lápis e caixa de charuto), amadeirados queimados (tostado, defumado, café, torrefação), herbáceos (menta, hortelã). Dependendo do estilo e da região, ainda podemos encontrar: alcaçuz, anis e pimentão.

Na boca os bons vinhos apresentam acidez levemente destacada com o álcool bem integrado, taninos potentes que ainda podem estar jovens, mas são sempre elegantes. A textura é envolvente e potente, com corpo médio para maior. Os aromas de boca dependem muito da idade do vinho, mas podemos encontrar: frutas vermelhas, especiarias, sumo de carne, couro, caramelo e baunilha. Quando o vinho ainda é jovem, a acidez e os taninos estão destacados, com o tempo, o vinho se mostra mais redondo, ganhando em complexidade.